Uiza Kiambote - Seja bem-vindo
Este é o primeiro texto do meu blogger, espero que gostem...
A música sempre intervém na vida de um povo já que a mesma é produto e fato da cultura destes. Ela é feita para acompanhar a vida e os esforços feitos cotidianamente pelo seu povo, na alegria e até mesmo na tristeza; por isso um povo sem música é um povo morto.
Desde os tempos antigos, o ser humano utiliza a música com uma função social, artística, estética, pedagógica, moral e sempre simbólica. Independente de a sociedade possuir uma tradição oral ou escrita, a música desempenha várias funções complexas. Vemos isso claramente nas sociedades africanas, a exemplo às músicas angolanas de tradição oral.
segundo suas funções sociais, as músicas angolanas, podem ser diferenciadas em dois modos: as músicas cerimoniais, institucionalizadas, e, por outro lado, as músicas não institucionalizadas, coletivas ou individuais.
Na cultura angolana, as músicas cerimoniais, são utilizadas nestas, entre outras, situações:
- Saída de gêmeos;
- A realização de um ritual de passagem da adolescência para a maturidade [tshikUmbì];
- Casamento;
- Saída de máscaras Zìndúngà em Cabinda ou no Lunda Tshokwe;
- A visita de uma pessoa ilustre;
- A cura de certas doenças;
- A celebração de cultos fúnebres.
Estas manifestações são entre as mais importantes da vida coletiva dos angolanos. Além de necessárias, são indispensáveis ao processo social já que permite ao povo manter crenças e suas tradições.
Quanto às músicas não institucionalizadas, coletivas ou individuas,são de utilização imediata. Sua atividade é indeterminada. Este tipo de música engloba, entre tantas outras:
- Canções de berço;
- Dança de simples divertimento;
- Canções durante orações, marchas, trabalhos domésticos, trabalhos coletivos;
- Lamentações fúnebres;
- Comunicação de mensagens linguísticas por meio do tambor.
Os textos das canções falam de valores e conhecimentos de um determinado povo. Muitas das vezes, as canções falam o que simples frases não podem falar. Exemplo disso existe as canções satíricas, guerreiras, lutas de independência. Vale ressaltar que os provérbios ocupam um lugar privilegiado nos textos das canções.
São ritmos intensos produzidos por tambores que há muito extravasaram e ultrapasaram os limites de suas tribos. Diz o senegalês Leopold Senghor que "o ritmo é a arquitetura do ser humano, a dinâmica interna que lhe dá forma. O ritmo se expressa através de meios os mais materiais, atraves de linhas, cores superfícies e formas de pintura, nas artes plásticas e na arquitetura.[...] Com esses meios o ritmo reconduz tudo no plano espiritual: na medida em que ele sensivelmente se encarna, o ritmo ilumina o espírito" (Senghor, 1956:60).
Então deixai a música tocar você.
Mais um blog com axé! Tá excelente o texto e a linha. Torcendo para chegar material novo. Abração.
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